O Brasil acaba de virar notícia por ter se destacado no ranking mundial de construções sustentáveis, do qual participaram 165 países, superando, inclusive, a Alemanha. Na verdade, esta é uma posição que vem se consolidando na última década, com ações que envolvem o poder público e a iniciativa privada, academia e sociedade civil organizada. Hoje, o Brasil se encontra no “top list” das nações com maior número de construções com certificação LEED, ocupando a quarta posição, atrás somente dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes. Das construções verdes com o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design ou Liderança em Energia e Projeto Ambiental), são 1.230 projetos registrados, dos quais 423 certificados. Já das construções com o selo Casa Azul, oferecido pela Caixa Econômica, são 43 projetos registrados, dos quais, 3 certificados.

Ano passado, mesmo com o país enfrentando sérias crises política e econômica, a construção sustentável apresentou um dos melhores desempenhos em termos de novos projetos registrados buscando uma certificação. Foram 205 projetos novos (LEED e Casa Azul), quase alcançando o recorde de 2012, onde foram listados 209 projetos, segundo o Green Building Council Brasil (GBC Brasil).

O estado campeão em certificações LEED é São Paulo, com 80 empreendimentos detentores do principal selo de construção sustentável, de acordo com levantamento do Conselho de Construção Sustentável do Brasil (GBC-Brasil). Isto, sem contar com outras 428 edificações que já entraram com pedido de certificação. No ranking nacional, o estado paulista é seguido pelo Rio de Janeiro, Paraná, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Juntos, estes seis estados já registraram, em junho deste ano, 100 prédios com o selo LEED, entre bancos, hospitais, hotéis, escolas, supermercados, shoppings, prédios comerciais e até complexos industriais.

 

Gestão de energia nos setores público e privado

Para garantir a sustentabilidade e conseguir os “selos verdes”, é preciso atentar para alguns itens como, por exemplo, economia de água e energia elétrica, entre outros. No campo da economia, a ajuda de sistemas inteligentes no gerenciamento do consumo dessas utilidades tem se mostrado imprescindível. O desempenho de ações de eficiência energética não teria o mesmo sucesso sem uma ferramenta de gestão de energia fazendo o trabalho de monitoramento e apontando soluções.

Este foi justamente o caminho escolhido para que o projeto “Transformação do Mercado Para a Eficiência Energética no Brasil”, implantado pela ONU, em parceria com o governo federal, em 20 prédios públicos do país, desse certo. E, mesmo não tendo os certificados como alvo, medidores inteligentes, fornecidos pela empresa paulista ACS Automação, foram instalados nos edifícios selecionados, para que as informações proporcionadas otimizassem eventuais investimentos em auditoria, comissionamento e retrofit de edifícios, além de servirem como base de comparação para outros projetos de eficiência energética.

Estima-se que, hoje, no Brasil existam mais de 28 mil prédios públicos dentre as várias tipologias, como escritórios, escolas, hospitais e universidades. Esse setor, portanto, apresenta um grande potencial de contribuição para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e do desperdício de energia.

Para avançar, o Brasil não tem medido esforços, segundo declara a coordenadora técnica do projeto de eficiência energética do Ministério do Meio Ambiente e analista de infraestrutura da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Alexandra Maciel:

“Investir em sustentabilidade é, principalmente, investir na conservação de energia com manutenção do conforto ambiental.”

Seguindo esta mesma fórmula, prédios corporativos têm utilizado as ferramentas de gestão de energia, como o Edifício Birman 21, um dos 80 empreendimentos em São Paulo detentor do selo LEED.  Usuário do Follow Energy, mesmo sistema adotado no projeto de eficiência energética da ONU e do Ministério do Meio Ambiente, o Birmann 21, só alcançou sua certificação porque decidiu implantar um novo conceito administrativo, com soluções sustentáveis e econômicos. O primeiro passo foi procurar um sistema que a auxiliasse no controle e gerenciamento dos recursos de água e luz.

“Não seria possível fazer uma gestão sustentável e inteligente de condomínio sem este sistema. Fica inviável controlar as despesas, fazer o rateio e promover um plano de redução de consumo de água e energia sem ele. Realmente temos que concordar com a seguinte frase: ‘não se pode mensurar o que não se controla’”, declara Emerson Melo, property management da Cushman & Wakefield, ŕesponsável pela administração do Edifício Birmann 21.

“Vemos no mundo todo empresas implantando projetos sustentáveis e que garantam a eficiência de suas instalações. O Follow Energy se encaixa neste processo ao monitorar e trazer dados e informações relevantes para a gestão, e ao permitir que sejam identificadas oportunidades para o uso eficiente dos recursos”, explica Michael Belém, consultor comercial da ACS, empresa que comercializa o sistema no Brasil e no exterior.

Segundo o gerente comercial da ACS, Alexander Dabkiewicz, só na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, são mais de 30 prédios comerciais fazendo uso do sistema.

“Além de permitir a gestão, o sistema também auxilia o administrador na operação do condomínio, como por exemplo, ao monitorar o consumo de água e alertar sobre vazamentos, supervisionando nível de reservatórios para garantir o abastecimento de água no prédio, e até alertando sobre falta de energia e possíveis falhas no acionamento de um grupo gerador” complementa Alexander.

 

 

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