Aos 101 anos, Susanne Bial deixou um legado marcado por história, história de vida e grande força de caráter. Mãe do reconhecido jornalista e apresentador Pedro Bial, ela faleceu um dia após completar seu centésimo primeiro aniversário, um momento que emocionou profundamente a família e a comunidade que a cercava.
Nascida em Berlim em plena década de 1920, Susanne enfrentou mudanças drásticas em sua juventude. Ainda criança, emigrou da Alemanha rumo ao Brasil com a família, fugindo da expansão do nazismo. Essa trajetória precoce de deslocamento moldou sua resiliência e conferiu a ela um olhar acolhedor e empático, características que cultivou ao longo de sua vida.
Formada em psicanálise, Susanne dedicou-se ao estudo da mente humana e ao acolhimento do próximo, profissão que exerceu com dedicação no Brasil. Mãe de três filhos – o atual apresentador Pedro Bial, o treinador de basquetebol Alberto Bial, e a psicoterapeuta Irene Bial – ela foi referencial de apoio intelectual e emocional na formação da próxima geração, sempre reconhecida pela sabedoria tranquila e pacificidade.
A homenagem ao seu legado se estendeu na recente mensagem de Pedro Bial, que descreveu a trajetória da mãe como “uma vida plena, repleta de luta, alegria, prazer, encontros e escuta”. A mensagem pública expressou o reconhecimento de que Susanne viveu plenamente, sem nunca perder a curiosidade ou a capacidade de se reinventar, mesmo em idade avançada pt.wikipedia.org+3scc10.com.br+3youtube.com+3.
O contexto familiar de Susanne também reflete importantes rupturas históricas. Seu percurso de refugiada moldou valores de tolerância e humanidade, inoculados em seus filhos. Pedro, Alberto e Irene construíram trajetórias próprias e de grande relevância: no jornalismo e na televisão, no esporte e no cuidado psicológico, respectivamente .
Além disso, Susanne foi tema de um documentário lançado no ano em que completou 100 anos, com o título “Oma” — palavra alemã para avó —, que narrou partes de sua vivência em momentos histórico-políticos relevantes, inclusive sua vinda ao Brasil. Esse retrato reverenciou o compromisso de Susanne com a memória, a história e a formação cultural .
A despedida de Susanne Bial simboliza a perda de um elo humanitário e reflexivo de uma geração que atravessou rupturas políticas, deslocamentos e reconstruções em solo brasileiro. Sua vida lembra a importância de se ouvir histórias, valorizar os desafios superados por famílias migrantes e reconhecer a influência silenciosa que uma presença sábia exerce nas pessoas à sua volta.
O falecimento de Susanne ecos de um mundo onde o acolhimento e o entendimento são elementos fundamentais para reflexão. A forma como seus filhos escolheram lembrá-la — enfatizando o sentido de plenitude e reinvenção — destaca o impacto humano que ela teve, inspirando não só os familiares, mas também todos que tiveram o privilégio de cruzar seu caminho.