Investimento de R$ 4,5 bilhões promete impulsionar economia regional e reduzir custos logísticos

O governo federal está em vias de lançar um projeto de concessão para a construção da Estrada de Ferro 118, também chamada de Anel Ferroviário do Sudeste, que interligará portos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo à malha ferroviária nacional. O investimento previsto é de R$ 4,5 bilhões em cinco anos, com a expectativa de beneficiar 24 municípios nos dois estados.

De acordo com o secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, a ferrovia terá papel crucial na diversificação logística e no aumento da competitividade dos terminais portuários. “O arco ferroviário é para trazer cargas diversas para portos que não estavam conectados à malha antes”, explicou Santoro.

Primeira Fase: 170 Quilômetros de Trilhos

Na primeira etapa, serão construídos quase 170 quilômetros de trilhos entre o Porto de Ubu, em Anchieta (ES), e o Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), passando pelo Porto Central, em Presidente Kennedy (ES). Essa fase, chamada de greenfield, representa um investimento inicial robusto.

Demanda Antiga e Nova Estratégia

O projeto, uma demanda antiga, nunca avançou devido ao alto custo. Para viabilizá-lo, o Ministério dos Transportes propõe um novo modelo de concessão. O vencedor do leilão se comprometerá a investir um montante definido, enquanto o governo federal oferece um aporte máximo de R$ 1,5 bilhão para garantir a viabilidade do projeto.

A segunda fase prevê a revitalização de trechos da Ferrovia Centro Atlântica, conectando Campos dos Goytacazes a Nova Iguaçu.

Impactos Econômicos e Sociais

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Luiz Césio Caetano, destacou que a ferrovia poderá injetar R$ 2,5 bilhões na economia do Norte Fluminense, gerando cerca de 68 mil empregos e aumentando a arrecadação de impostos em R$ 457 milhões.

Logística e Meio Ambiente

O projeto também busca mitigar riscos ambientais. A Infra S.A. trabalhará para obter o licenciamento ambiental prévio antes do leilão, o que deve atrair mais investidores e acelerar as obras.

Expectativa de Crescimento e Desafios Fiscais

Com a perspectiva de leilão até o fim de 2025, o governo espera iniciar a operação do primeiro trecho dentro de cinco anos. Leonardo Ribeiro, secretário de Ferrovias, enfatizou a importância de uma expansão responsável das ferrovias para alavancar o desenvolvimento, inspirando-se em modelos asiáticos bem-sucedidos.

Potencial Logístico e Industrial

Segundo a Firjan, a demanda imediata da ferrovia é de 8 milhões de toneladas de carga por ano, principalmente do Porto do Açu para o Centro-Oeste. Para Paulo Baraona, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), a EF-118 será essencial para o crescimento logístico e industrial da região.

A expectativa é que o projeto não apenas transforme a infraestrutura logística do Sudeste, mas também sirva como modelo para novas concessões ferroviárias no país.

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