Klebber Toledo , ao lado de dona Ilaís ( mãe de Danilo) e do diretor Thiago di Melo, prometeu em entrevista coletiva na tarde desta terça feira em Chapecó, não medir esforços e se jogar no personagem literalmente para reproduzir da forma mais fiel possível Danilo no filme “Goleiro”, que contará a trajetória do ídolo da Chapecoense. Esportista, o surfista e ex-jogador de vôlei federado em São Paulo projeta dispensar dublê nas cenas debaixo das traves e mostra conhecimento da história do principal nome da conquista da Copa Sul-Americana do ano passado.
Pela manhã, antes da coletiva, klebber fez questão de visitar a Arena Condá e ficou emocionado ao entrar no gramado e se postar em baixo das traves. – Estou arrepiado e sem palavras para descrever a emoção. O ator não resistiu e ficou no gol pegando as bolas chutadas por Thiago di Melo.
Klebber vestiu a camisa do Chapecoense , segurou e beijou o troféu do título Sulamericano, e visitou todo o clube, visitando vestiários e a sala de imprensa. – Lembro do Danilo dando a coletiva aqui , depois de ter defendido os pênaltis, disse Toledo.
O ator revela ter tirado um tempo para acompanhar as partidas da Chape e cita a classificação contra o Independiente, quando Danilo defendeu quatro pênaltis, como a mais marcante.
– A grande finalidade da gente é emocionar, fazer pensar, criar coisas que as pessoas abram o coração. Na hora que li a sinopse, fiquei inteiro arrepiado. Que oportunidade de mostrar o trabalho de um brasileiro vitorioso, história de superação, sem focar na tragédia! Foca na trajetória, na vitória, no esforço de um homem. Estamos falando de um ser humano que colocou o coração em tudo que fez. Vai ser de arrepiar.
Em sintonia com a proposta do diretor Thiago Di Melo, que explora muito mais um conteúdo biográfico do que a tragédia que o vitimou fatalmente em 29 de novembro, Klebber Toledo ressaltou a dedicação de um atleta profissional. Revelado pelo Cianorte, do Paraná, Danilo passou por Engenheiro Beltrão, Nacional, Paranavaí, Operário, Arapongas e Londrina até brilhar na Chape.
– Sempre fui zagueiro ou goleiro. O ator para fazer um atleta tem que estar muito entregue e para contar isso em um longa tem que se doar. O atleta mata um leão por dia, se esforça, se machuca. Espero não usar dublê, não. Vamos trabalhar muito, aprender as quedas dos goleiros. Vou fazer. Quero que o Danilo esteja com a gente em todo momento. Cada trejeito, movimento, forma de olhar, o jeito que saltava. Vou estudar bastante.
O diretor Thiago di Melo falou sobre o início do filme:
– A cena inicial do filme Goleiro, mostra dona Ilaídes e seu Nilson Padilha descendo uma ladeira na cidade de Cianorte. Ela está grávida de Danilo e a bolsa estoura. O casal chega no hospital e, no parto, o cordão umbilical está enrolado no pescoço da criança. Logo depois de vir à luz, o menino segura no dedo do médico, que vaticina:
— Ele vai ser jogador de futebol, e pelo modo que segurou meu dedo vai ser goleiro – disse o doutor para a mãe.
Na entrevista coletiva, Di Melo disse que ao ver dona Ilaídes abraçando o repórter Guido Nunes, do Sportv, ao vivo em cobertura da tragédia com o voo da Chapecoense, e ao perceber a preocupação da senhora com os outros em momento de dor foram o que motivou a escrita do pré-roteiro.
— O filme só existiu por causa da dona Ilaídes. O objetivo é mostrar toda a trajetória do goleiro mostrando uma história de superação, não de tristeza – afirmou o diretor, em entrevista coletiva no Lang Palace na região central de Chapecó.
Ele apresentou o projeto para a mãe do goleiro e a esposa do atleta, Letícia, teve as autorizações delas e também da Chapecoense e partiu para uma pesquisa de dois meses em Chapecó.
No evento, dona Ilaídes presenteou o ator com uma camisa da Chapecoense igual à que o filho usava quando estava em ação pelo clube.
— Klebber já é meu filho, A sintonia entre nos dois foi muito grande e já estamos trocando confidencias e apelidos. O filme é uma homenagem e uma forma de garantir que a história do meu filho não seja esquecida, a luta dele para chegar na Chapecoense foi grande e o filme vai concretizar o que propôs em memória dele – destacou.
Quem também foi prestigiar o evento foi o radialista Rafael Henzel, um dos sobreviventes da tragédia. Rafael posou para fotos ao lado de Dona Ilaídes, Klebber e Thiago, O diretor na mesma hora convidou Rafael para fazer parte do filme, narrando as defesas de Danilo. “Para homenagear Danilo eu só tenho duas coisas para responder; “sim” ou “claro!”.
No final da coletiva, klebber escrever uma mensagem na camisa de dona Ilaídes: “Mamãe, Gugu te amo” e assinou como Danilo e K.T.