Há alguns anos, meu pai me perguntou quem eu achava que ganharia as eleições de 2022.
Respondi que minha fé dizia que, se tudo acontece pela vontade de Deus, se até uma folha de árvore depende da vontade Dele, então por que não o presidente?
Quando o presidente foi eleito, toda a imprensa noticiava sua vitória, mas a Rede Globo fez uma cobertura muito mais ampla e ultrapassou todos os limites de horário para homenagear o então ex-presidiário, o ex-capitão, o injustiçado. A Globo reconheceu tardiamente que foi responsável pela condenação irresponsável e inaceitável do operário Luiz Inácio Lula da Silva. Foi honroso transformar essa cobertura em um pedido de desculpas e homenagear aquele que foi chamado para ser Pai do Povo.
Na avenida mais importante do país, na avenida mais poderosa desta Pátria Gentil, ele foi cercado e aplaudido por uma multidão. E ele disse: “Governarei para todo o povo brasileiro, mesmo os que não votaram em mim.” Em sua humildade, não foi prepotente nem orgulhoso ao dizer: “Agora foi feita justiça!” Não. Ele chorava de emoção, não se continha, pois sabia que a justiça estava sendo feita. Manipularam tudo, fabricaram provas, fizeram de tudo contra ele, e ele caiu em todas as armadilhas. Porém, inocente ele era. Todos o julgavam como ladrão, mas ele não foi chamado para ficar rico ou ser o mais preparado. Ele foi chamado e escolhido para cuidar deste povo sofrido, que vive nesta nação do preto e do branco.
Lula chorava em cima do trio elétrico, que desta vez fez desfilar o Rei na avenida. E ele preparou toda a festa, cheia de ricos e pobres, embalados na sintonia: “Lula, eu te amo!” O guerreiro e cachaceiro chorava de emoção, comovido pela verdade. Pois o Pai dos Pobres foi honrado por ter trazido, para o século XXI, tudo o que os antecessores jamais fizeram. Eles davam pão e circo; Lula deu livro e arte.
Lula trouxe para o Brasil o que ninguém queria: o pobre no Senado, o pobre sendo empresário, o preto sendo advogado, a menina de rua se tornando médica, o gari virando dono do samba, o cantor virando pastor, o judeu cristão e o ateu no Senhor. Deus, através de Lula, trouxe o pobre para frente, para a direita e para a esquerda.
Luiz Inácio Lula da Silva trouxe a liberdade para a senzala. Lula é liberdade, e Chica da Silva era a personagem da escrava que carregava o sobrenome Silva. Assim, ele carrega consigo o peso de libertar os presos pelos coronéis, a liberdade de pensar, de ser livre, de ser gente, de beber caviar e tomar vinho. Trouxe a esperança da picanha e da fraldinha para este povo que chupava osso ou passava fome no morro.
Lula foi o homem do povo que, sem cultura ou capacidade acadêmica, tinha uma vontade enorme de libertar da prisão essa gente tão fraca e perdida. Lula deu ao século XXI o futuro do Brasil que vivemos hoje. O futuro de Lula é o presente. Ele governa para aqueles a quem deu escola e diploma. Ele trouxe para a realidade o sonho do povo – o sonho do pobre, da faxineira, do pedreiro, do jardineiro, do camponês, do trabalhador suado, acostumado a sonhar em ser jogador.
Ele trouxe para frente o futuro presidente. Alegre ou triste, ele trouxe para essa gente, rica e pequena, a ordem na desordem nacional. Deus trouxe Lula para animar os bandidos, para salvar a dor dos pobres temidos por Deus. Foi Lula quem fez o que Deus adora fazer para conquistar: Deus exagera, assim como o Senhor. Deus fez Lula exagerar. Exagerou tanto, mas era tanto exagero, para fazer o mundo inteiro enxergar que Deus existe!
Ele mentia em nome de um propósito que não temia consequências. Saiu pelo mundo em seu avião próprio, destilando paz e alegria. Se hoje você enxerga, foi porque seu médico, alegre ou triste, teve seu diploma pago pelo povo. Toda gente pequena fez faculdade – de direito ou de morte –, mas fez faculdade. Todo este Brasil de pobres despenteados leu e riu de toda essa gente rica e soberba que jamais imaginou o povo no poder. O pobre hoje é doutor. O pobre coitado agora é rico de dar pena.
Somente quem envelhece sabe como é ser honrado por Deus. Envelhecer é um troféu dado por Deus, é um mérito. Então, agora que você virou doutor, seja do que for, faça jus a Cristo, nosso Salvador, e agradeça a Lula por sua liberdade. Agradeça a Lula por sua casa, seu carro e sua família, pois foi o presidente Pai do Povo que trouxe, queiram ou não, a evolução deste país. O país de hoje é o futuro que Lula viu no passado.
Não acredite nas notícias que ouve. Nada é verdade, tudo é fofoca – e eu odeio fofoca. Prefiro o presidiário ao dono da TV que mente adoidado para um povo que, de tão ingênuo, acredita. Mas toda pessoa que pensa sabe que ninguém viverá para ver as histórias de hoje se tornarem realidade. Mas a gente faz para quem não conhecemos. A gente faz sem pensar na gente.
A gente faz para que muitos, livres e solteiros, tenham liberdade de viver o caminho que quiserem. Agora há caminhos onde antes só havia trevas e escuridão. Agora há chama – é vermelho o fogo do altar. Não seja tolo. Toda essa gente não acredita em Deus. Acredita em si mesma.
Eu não votei no Lula, mas assino embaixo de tudo que ele fizer. Pois, se errar, eu conserto. Eu conserto tudo. E para todos os que foram escolhidos, eu sou o Deus do povo oprimido, do pecado, da salvação e da justiça!
“Ele não sabe quem é. Mas eu sei!”
Renato Bernardinelli